Existe um medo no meu coração.
Um medo que me arranca palavras e lágrimas,
que me atraca à solidão.
Existe um medo que empretece o azul do céu.
É uma chuva de vidro estilhaçado, fina,
de vez em quando,
forte como um temporal.
Existe um medo que emudece os sons.
Que silencia o meu cantar.
Que faz pálida a minha pele.
Existe um medo que aborta sonho.
Aborta casa. Aborta tudo.
Meu coração tem um medo.
Ah, o que foi que eu pedi que veio tão condicionado às lágrimas?
Será o pés na água salgada adiantando o gosto que viria dos olhos?
Ah, o que foi que eu pedi que veio assim acorrentado?
Eu sempre quis a liberdade. Eu sempre quis a chave.
Mas existe um medo no meu coração.
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