segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Contra-razão

Ah vai, lança um par de versos no ar. Deixa ecoar por aí toda essa subjetividade do seu olhar. É facil, joga no papel sem compromisso, como quem nao se importa com o resto. Pura metalinguagem. Divagar pelas tantas formas de ser e estar. Dificil encarar tudo isso na perspectiva de quem, se nao dito, (nao) fica implicito. Esclarecer as formas e sabores pra alguem alem do receptor é tarefa quase impossivel. Nem por isso se deixa de tentar, pra seguir o que faz mais sentido nessa vida compartilhada. Pois cada passo que fazem esses pés tem um peso exato em cada pegada. Que se carrega apoiado nas vigas do ser. Essas que cada um molda do jeito que acomoda o maximo, ou minimo possivel, isso cabe ao mundo imputar. Mundo hostil, que obriga o sapo a dar pulo e homem se tornar hipocrita. Será? É, de fato, tao dificil sair ileso desse cotidiano louco? Nao se pode passar por onde se quer sem deixar lascas de voce mesmo, e absorver poeiras e lindas cores pelo caminho. O resultado, no entanto, cabe aos olhos de quem se ve, e como o faz. Isso sim define o que se é. 
Ah vai, joga uns versos pelo ar. Agora ja nao mais tao certa do acuidade do conselho. Capturar a subjetividade, resistindo a tentaçao de viola-la pelo concreto. 
Deixa que o que nao se entende, um simples olhar explica.

Melhor assim


  • Dessa palavra mansa renegada, olho por olho, dente por dente, mal educação. Espelho invertido pra enxergar os avessos. Let it go. É o bastante. Ementa da poesia. Sol. Vento. Calor de domingo na sacada de casa, pra não esquecer de colocar nenhuma frase clichê. Sonha, contribua comigo, por favor. Sonha, por favor. Fecha os olhos e escreve duas palavras de giz nesse quadro negro da vida.
    •      E no final das contas, o dia vai acabar. Não tem jeito. Melhor que acabe mesmo

    Tribunal de Contas

    ‎"Amor prescrito. Fim da pretensão...Recorrer a quem?
    Razão? Conheço não, moço. Nesse Tribuna tem disso não. 
    Pior que potestativo. Pior que caso fortuito. Transitou em julgado e ela nunca mais vai voltar."

    terça-feira, 23 de outubro de 2012

    Brisa e mar

    Ah, o nosso pôr do sol...
    Tão nosso...
    Nosso início...
    Nós dois.
    Agora posso deitar e descansar do dia, do mundo inteiro.
    Que dessa vida fique em mim o vento balançando as palhas do coqueiro num bolero antigo...
    Que fiquem as paisagens repetidas na janela e na estrada...
    Meus olhos, enxerguem o aroma de cada entardecer...
    Namore o sol beijando o mar...
    O sorriso de quem nada tem.
    Ah, o amor que em mim brotou e perfumou essa história de páginas brancas e secas...
    Ah, um cantinho qualquer a beira do mar...para curar a ferida da alma perdida nessa cidade grande..
    Que a correnteza desse rio assoreado, como meu coração, me guie de volta pra casa...

    quinta-feira, 16 de agosto de 2012

    Para aqueles que nunca sentiram o que eu senti hoje: como é que vocês conseguem viver? Qual o sentido de acordar todos os dias? Por aqueles que nunca receberão de ninguém o que recebi, sinto todos os pesares desse mundo. Sinto por todos que não dividiram de si um pouco, que não encontraram um motivo para se emocionar. Sinto por aqueles que só olham pra si, agulha no palheiro, agulha insignificante no palheiro.



    Dois

    Chão quente, como as lembranças do que vivi. Vento que sopra o rumo de um caminho engraçado. O partir que também é chegar, o riso que também é lágrima. Voo alto, vai pra longe, sem saber, sem ter pensado muito a respeito. Ausência boa de quem sabe sobre ser feliz. Fica a saudade andando pela casa, pela alma. Fica a espera de mais um ano que vem.

    domingo, 8 de julho de 2012

    Sobre os Sonhos

    Foi-se o fechar dos olhos
    A neblina que cobre a alma
    Vento que não seca
    Palavra que não soa.

    Chove, alma
    Pois o tempo corre. 

    Molha quem olha esse olhar,
    Sonha!

    E sonha pois a vida é assim
    A vida é sim
    A vida é não.