quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Poema em tempos de Guerra

Concerto da mente. Conserto da mente. Sinfonia ou estrago? Perfeição composta pelo descompasso dos poetas esquecidos. E quem há de lembrar de tantas sílabas escritas e cantadas? E quem há de lembrar dos poetas?
Volto da guerra e me entrego ao suspiro no final do dia. Volto da guerra com os olhos encharcados, os braços soltos, a boca seca. Volto da guerra pra me lamentar, porque ela esta dentro de mim. É a mente em tempos de guerra. É a mente em tempos de armamento nuclear: iminência do fim. 
As respostas das perguntas infantis se tornaram filosofias. As perguntas sempre foram. 
Mas, em apuros todos choram. Todos devaneiam. Todos sonham. Em apuros todos amam. E há aqui uma saída, então. 
Uma saída perigosa, confesso. Saída e só, sem volta. 
E aí, voltam-se os poetas, que se voltam para dentro e observam com clareza os lados do jogo. E escrevem na esperança de se transbordarem. 
E a guerra que mora dentro da gente vai embora deixando poemas...que serão esquecidos... Pois uma guerra demanda muitas sílabas e canções... Uma guerra estraga a mente, uma guerra aperfeiçoa a mente. 
O concerto é conserto. Poema é a vida que transborda.