quarta-feira, 15 de abril de 2020

Concerto da mente,
Conserto da mente. 
Sinfonia ou estrago? 
Perfeição composta pelo descompasso dos poetas esquecidos.

E quem há de lembrar de tantas sílabas escritas e cantadas? 
E quem há de lembrar dos poetas das estradas?


Volto da guerra e me entrego 
Ao suspiro no final do dia.
Volto da guerra com os olhos encharcados, 
Os braços soltos, a boca seca. 

Volto da guerra pra me lamentar, 
Porque ela esta dentro de mim. 
É a mente em tempos de guerra.
Iminência do fim?


As respostas das perguntas infantis se tornaram filosofias. 
As perguntas sempre foram. 
Mas, em apuros todos choram. 
Todos devaneiam. Todos sonham. 

Em apuros todos amam. 
E há aqui uma saída, então. 
Uma saída perigosa, confesso. 
Saída e só, sem volta. 


E aí, voltam-se os poetas, 
Que se voltam para dentro 
E observam com clareza 
Os lados do jogo. 

E escrevem na esperança de se transbordarem. 
E a guerra que mora dentro da gente 

Vai embora deixando poemas...
Que serão esquecidos... 

Pois uma guerra demanda muitas sílabas e canções. 
Uma guerra estraga a mente, uma guerra aperfeiçoa a mente. 
O concerto é conserto. 
Poema é a vida que transborda.