É preciso viver uma vida magnânima, conversávamos João Henrique e eu, no carro, ontem. Também, assim, eu li no capítulo 7 do livro: uma vida sem justificativas, omissões e mesquinharias.
Eram seis da tarde. Ele me deixava em casa, na ida para o plantão da noite. Me contava como a profissão que havia escolhido o tinha colocado de frente com o momento derradeiro, do qual todos tentamos escapar. Falava como, ainda naquela noite, poderia dar a pior notícia para alguém que aguardava em agonia.
Me disse sobre o tipo de médico que desejava ser. Pois não bastaria ser médico, era preciso escolher qual. Falou como na balança da vida, tudo deveria ser sopesado com a morte, pois assim seria em algum momento que não poderemos prever. E as mesquinharias se revelariam como tais.
Terminou dizendo, pois chegávamos no meu prédio, que nunca conseguiu decorar a oração do Credo, porque o Padre da catequese o tinha traumatizado quando o obrigava a declamar nas aulas. Eu ri. Uma vida magnânima, era o que estava no meu coração. Agora e na hora da nossa morte. Amém.
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