quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Virtuoso é reconhecer-se não virtuoso

Não saber reconhecer as próprias virtudes é tão menos ou pouco virtuoso que a própria soberba e vaidade. Revela, no mínimo, desatenção às próprias capacidades e a ausência de disposição em as colocar ao melhor serviço do outro. Ora, se recebo em minha casa alguém que muito estimo, sirvo com o meu melhor. Se não conheço, não sou capaz de oferecer. Se me envaideço e me encho de afetação aos elogios no que sou boa, a virtude se volta ao meu próprio umbigo, o que a desnatura por natureza. Se não sou capaz de reconhecer sozinha minhas próprias virtudes, provavelmente estarei inapta a fazer o mesmo com meus desvios e faltas. Serei escrava do mundo, portanto. Mimada. Me desprezarei com o desprezo dos outros. Me envaidecerei com os aplausos alheios. Eis a receita perfeita para infelicidade. Eis o caminho correto para se perder.

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